30/10/2011

26/10/2011

samba-canção
amor
no meio da avenida
rio branco
cruza almirante.
o olhar paraliza
deixando sinal verde fazer fluxo
aos passos corridos
por segundos meus desejo era transofmar em sinal 
vermelho
para ter de volta o olhar dela
esperando o meu
fora da faixa de segurança.

17/10/2011

lembranças de chuva no horário de verão.


da minha janela vejo cair
lágrimas no horário de verão
enquanto tomo meu chá.
lembro do dolorido bom
das costas.
o sono foi bom, solitário mas bom
tento ver no fundo da xícara
o dia que irei sentir
a sensação de boa dor
após visitar seu corpo
novamente.

16/10/2011

I



arranco sua roupa
como um animal esfomeado
te deixo completamente nua.

09/10/2011

corpo de delito

domingo surge
como um velório
dos mais silenciosos
ontem foi carnaval
fora da estação
hoje é viver
o corte seco
de um domingo
com gosto de bebida mal amada
e da ressaca intragável.
o mundo acabou
só restou este dia
para contar a decadência dos prédios vazios
de janelas carcomidas pelo tempo
no centro.
é domingo
as crianças brincam, as pessoas passeam
e no fundo de um quarto
há uma flor morrendo de amor
domingo
é corpo de delito.

04/10/2011

noturno, o gatuno.

noturno era o nome do gato. ele era da minha irmã, na verdade de ninguém. morávamos em uma belíssima cidade do interior fluminense, vivi os cinco anos mais doces da minha vida, minha inocência era tão aguda que depois de muitos anos só agora minha mãe descobriu o que eu tinha (acho que ainda tenho...) dislexia para matemática. (sim, isso existe).

voltando ao assunto, noturno era um negão de olhos amarelados que adentravam bem nas noites em que dava sua escapadinha, esse era noturno. voltamos para a capital, minha irmã, horas antes de pega-lo para fazer nossa viagem...simplesmente nos passos gatunos, desapareceu. segundo informações dos ex vizinhos, noturno voltou semanas depois para a casa onde vivemos doces anos.

a casa dele era ali e noturno não suportaria a vida aqui.

03/10/2011

valsas canhotas no cabaret de brassaÏ.*


 há valsa canhota em mim, desde que nasci eu fico em danças e algumas andanças até a valsa chegar arrebatando. tempos atrás conheci em brassaÏ  a sua poesia que se assemelha minha valsa, da forma mais canhota possível. há um intimismo que chega doer meus olhos quando folheio seu livro que achei numa promoção daquelas "é pegar ou largar sua vida, caso não executar a coisa certa.", eu fiz e não me arrependi. toda vez dialogo com ele, principalmente nas manhãs nubladas ou em noites que entro na comunhão de ficar bem quieto em casa, com minhas doses imaginárias de paris.

na verdade eu e ele temos mais em comum:revelar poemas. e no fundo mais em comum ainda: somos nada, que só nós mesmos enxergamos algum significado para existir no meio do que chamamos isso de mundo.

ah, temos uma diferença, continuo valsando ( da forma mais canhota e torta possível), enquanto ele descansa.






*obs: copiei, colei e ficou assim: Ï. desculpem não lembro o tal código. sou um canhoto também com essas digitações mais apuradas, de códigos, leve em consideração como uma homenagem ao brassaÏ.