27/09/2011


[acaricio as feridas abertas para sumir com as lembranças das almas etílicas.]



a moça se descabela
no rio do desespero.
piranhas pulam para abocanhar
um pedaço de carne
com cheiro inebriante
de alfazema.

amor ?




[vejo amor onde não tem.]

25/09/2011

 gosto desses subersivos das letras, eles viviam inquietos e cheios de hábitos pouco comuns.tudo bem, se tivesse em mãos alguns diários que esses caras escreveram eu ia continuar achando minha vida muito boa. não, provavelmente eu enlouqueceria com a merda de vida que eles viveram, porque é assim pelo menos para mim: inquietude é uma falta de paz de espírito impressionante.

 [quem nunca matou o amor que mostre a primeira faca.]



[gritos, garrafas e algum furto no meio da confusão, a manhã nasce no silêncio da violência jorrada de sangue.]

20/09/2011

Das coisas significantes




copo transborda desejo
deleitando em sua cama
derreto em labirinto de orgasmo
virando meus olhos esbugalhados
completando nosso sexo vadio
me encontro nos abraços afagados
extasiado em sua teia de gozo
minha fome é voraz
pelo seu gosto de framboesa
perdendo tempo no absurdo 
grito minha insanidade dentro
bem dentro
saciando bem
completamente dentro
porque assim sou
perdendo tempo com as coisas significantes
você.

poema com algum sentido para sentir.



o que sinto
é indecente
rasgado
tragado
gritado
e aninhado.
em algum canto desse quarto há surrealismo sem ismo e um vinho guardado no fundo do armário.






[meu quarto
  é um baú de 
  escândalos.]

19/09/2011


[ o corvo canta vazio na madrugada. ]

no pardieiro.

 o baile está cheio, meus olhos não param em nenhuma moça de ocasião única. tudo tão igual, lugar-comum e bala halls azul...

mariazinha do bole-bole.


mariazinha me disse:
te mostro minha calcinha pequenininha.
desvelou dedos
seu desodorante estava fora da
área de cobertura
mariazinha ri
eu rio
de setembro
e rimos
de você que perdeu tempo
lendo mariazinha e eu.
e essa vontade, desejo, pressão, insônia, sede, urgência, masoquismo, salvação, válvula de escape e tudo mais quando eu falo, sinto e respiro a palavra "escrever". é tanta coisa aqui que não tenho mais o que declarar, a não ser mais uma vez tentar começar algo que não esteja escrito.