29/02/2012

as horas passam, bem devagar. parece uma pequena morte, eu caindo aos poucos nesse abismo chamado vida. e as horas passam, passando como se não houvesse um passado decente, como se fosse um corte profundo, cada vez mais ardente, feita por essa faca afiada chamada tempo. 


e o que acontece no futuro? nada.

26/02/2012

22/02/2012


 era uma constante essa ideia da minha casa é o lugar mais seguro do mundo, que minha cama se apegou ao meu cheiro e os cantos do meu quarto serem os melhores para ficar encolhido, enquanto lá fora tudo é um carnaval que não, não é meu.

14/02/2012

ah, e sabe o que acontece? cansei só de poemas, vou de prosas, registros e alguma coisa que possa ser considerada literatura, estamos entendidos?

registro

tragos e estragos. toda vez que perambulo pelas ruas do centro da cidade, dessa metrópole nada polida, o final é o mesmo. o local também, nada muda, nada. Acontece que parei de brincar disso e de repetir finais, não quero ver vultos, muito menos tirar fotos de um casal que não lembro qual rumo tomou. o que apenas sei nesse exato momento é que largo essa vida para ter um porto.


aliás, onde está esse porto?

13/02/2012

violino toca triste
sua despedida de rodoviária.
todo adeus é carregado pela dor

dentro de cinco minutos é partida.

as pétalas estão jogadas
uma caixinha de música toca
a sinfonia da saudade sofrida.

mande um postal, lembre de mim quando bater 04:09 da manhã

assim caminha a humanidade
nos  passos largos da dor silenciosa.

03/02/2012

Nas luzes amareladas de São Paulo



cai a madrugada assoviada em são paulo
a velha luz amarela ilumina o centro
lá é meu lugar em pensamento e corpo
quero me perder em você, dentro de sua estação
o seu abismo que me cala extasiado
são paulo não são
vem me pegar logo
mariana, madalena, matilde, me agarrem em suas vilas
depois passeio na paulista que abraça formigas de várias espécies
e terminar embriagado nos neons da augusta
preciso das luzes amareladas da sé e república
me perder em sebos, esquinas e hotéis antigos
chegar feliz e assustado nas escadarias do municipal
assistir de camarote, encantado
a correria das moças branquelas de sutiã preto
cidade que alarda e me faz vivo
vem logo
senão vou até você.