16/05/2012

poema de um choro entorpecido de amor. ( ou dor de facada no meio do peito)

rio de janeiro, 03:06 da manhã


o choro estancado me dói
confundo fumaças de outono com as do cigarro
que não fumo há dois anos
você me tocou pela última vez ali
bem certeiro, no meu coração
ele está gelado.
estou te fumando e soltando a fumaça minhas mãos
estou te gritando como nunca fiz
estou com suas últimas palavras nuas e cruas
e meu sangue não para de escorrer na parede
é amor, mais que fatal
te perdoo, tanto que me calo.
o gosto amargo de bebida mal amada continua
é de foder
sua dor que me consome
seu silêncio que me come
sua frieza que me curra.
não é fatalidade
estava escrito em algum lugar
com meu sangue quente
de quem te amou um dia
mesmo do outro lado do rio.


e agora eu só quero dormir em paz.

2 comentários: