03/11/2011

código morse



mordo 
com a boca devassa
do amante embriagado.
dentro de você
descubro a caverna pouco habitada
porque não faço visita no chá das cinco
prefiro aprontar estardalhaços 
para rir nas horas quebradas da madrugada.
enquanto escuto seus sussurros abraçando meu ouvido
fecho meu olhos buscando céu
nesse surrealismo sacana
que nem dali entende.
é fim de tarde
aguardo água
ardente
na chuva da estação
você goza no sentido contrário
enquanto eu pulo o vão 
entre o trem e a plataforma.
a noite chegou
deixo meu melhor sorriso
no canto da boca
porque nasci para ficar
em estação alguma.

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